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Em últimos momentos de vida, Lady Di fugia de paparazzi em Paris – 31/08/2022 – UOL Splash – POA SHOW

María D. Valderrama.

Paris, 31 ago (EFE).- Diana foi a mulher mais procurada e fotografada pela imprensa. Seu último verão na Côte d’Azur e na Córsega, na França, foi um deleite para os paparazzi. E eles também marcaram os últimos momentos da princesa de Gales, em uma perseguição de carro, em Paris, que culminou em sua morte.

No 25º aniversário do falecimento da “princesa do povo”, os vestígios do afeto que muitos cidadãos sentiam por ela podem ser vistos ao redor do local onde ela morreu, o túnel que liga a Praça Concorde com a Ponte de l’Alma.

Turistas e admiradores da princesa se concentraram no local nos últimos dias, onde deixaram fotos, flores e mensagens de recordação de uma vida intensa e também marcada por desgostos, perseguição midiática e tragédia.

As últimas horas da vida de Lady Di revelaram o que certamente foi um dos relacionamentos mais tóxicos da história da imprensa. Desde que foi fotografada pela primeira vez, em 1980, Diana se tornou a celebridade mais fotografada, adorada e perseguida pela mídia.

Obter uma foto da princesa com seu novo namorado, Dodi Al Fayed, filho do riquíssimo empresário britânico de origem egípcia Mohamed Al Fayed, tornou-se a obsessão da imprensa no verão europeu de 1997.

Os fotógrafos que a seguiram em julho em Saint Tropez chegaram ao ponto de alugar um barco para flagrá-la em momentos íntimos. A galeria de fotos de maiô (turquesa, listrado e pareo, leopardo…) é hoje memorável.

O fotógrafo francês Jean-Louis Macault foi o primeiro a registrar o casal de frente. Para garantir que ninguém lhe roubasse a imagem, contratou um serviço de helicóptero particular que levou o filme até a redação.

PERSEGUIÇÃO OBSESSIVA.

A imagem rendeu dezenas de milhares de euros. Quando Diana e Dodi foram para Paris em um avião particular, alguns profissionais que haviam trabalhado como fotógrafos de guerra se dedicaram a persegui-la pela capital francesa. Naquele 30 de agosto, quando o casal desembarcou no aeroporto de Le Bourget, mais de dez fotógrafos estavam à espera.

Horas depois, as fotos no aeroporto das quatro vítimas do acidente – três morreram, apenas o guarda-costas Trevor Rees-Jones sobreviveu – pareciam desconfortavelmente proféticas.

Em Paris, Diana não estava tão disposta a deixar a imprensa conseguir fotos dela. O casal mudou de planos inúmeras vezes e se encontrou na hora errada para não ser fotografado.

Na noite de 30 de agosto, Dodi Al Fayed e outro segurança, Henri Paul, pensaram que, se o casal saísse pela porta dos fundos do Hotel Ritz, onde estava hospedado, evitaria os holofotes. Paul disse à imprensa que estava se concentrando na Praça Vendôme, para despistar os fotógrafos, mas o improviso parecia óbvio demais.

A ideia de Dodi era sair sem seguranças para não levantar suspeitas, mas os dois guarda-costas conseguiram convencê-lo a que pelo menos um deles fosse junto.

No entanto, a saída dos fundos do Hotel Ritz também estava vigiada por fotógrafos, que tentaram seguir o casal pelo centro da capital em alta velocidade. Em poucos minutos, o carro onde Dodi, Diana, Paul e Rees-Jones colidiu com uma das colunas do túnel da Ponte de l’Alma.

No documentário “Os últimos dias de Lady Diana” alguns dos paparazzi que a seguiram lembram que muitos continuaram a fotografar no local. A polícia apreendeu algumas câmeras, e à 1h do dia 31, muitos negociavam valores exorbitantes para levar as imagens do acidente da princesa às primeiras páginas.

Naquela altura, muitos pensavam que a princesa de Gales, que saiu semiconsciente do acidente, se recuperaria. Para Dodi Al Fayed e Paul, parecia pior. Mas Diana morreu horas depois no hospital Pitié-Salpetrière devido a lesões internas.

Os tabloides britânicos descartaram, então, as fotos, repudiando aqueles que tinham acabado de pedir uma fortuna por elas. E se perguntaram, pelo menos por algumas horas, sobre a responsabilidade da imprensa nas mortes.

Quando se soube que Paul estava dirigindo sob efeito de álcool e Prozac, diretores de jornais, que pareciam prontos para fazer o mea culpa, respiraram aliviados e viraram a página do que para muitos era a história de uma tragédia anunciada. EFE

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