Compartilhe
O dispositivo fica grudado na pele, como um adesivo, e tem duração de 14 dias
Um sensor glicêmico disponibilizado pela Prefeitura de Limeira está revolucionando a rotina de crianças e adolescentes com diabetes Mellitus tipo 1. O equipamento passou a integrar, há pouco mais de 2 meses, um novo programa da Secretaria de Saúde, voltado exclusivamente a pacientes de 4 a 18 anos. Até o momento, 20 pessoas dessa faixa etária já foram selecionadas para receber gratuitamente essa nova tecnologia, que simplifica o processo de leitura da glicose.
Semelhante a uma moeda de 1 real, o sensor é aplicado na parte superior do braço. Durante a aplicação, um pequeno filamento estéril e flexível é inserido sob a pele, passando a captar dados sobre o índice de glicose no sangue, a cada 1 minuto. O dispositivo fica grudado na pele, como um adesivo, e tem duração de 14 dias, quando, então, deve ser substituído.
Esse sistema, segundo o secretário de Saúde, Vitor Santos, facilita o controle da doença. “O dispositivo é menos invasivo que o monitoramento feito pelas tiras de teste de glicose sanguínea, que requer sucessivas picadas nos dedos”, salientou. O sensor pode ser escaneado dezenas de vezes ao longo do dia pelo celular do paciente. A leitura leva apenas 1 segundo e funciona mesmo por cima da roupa.
Além dos dados atualizados da glicose, o dispositivo fornece o histórico glicêmico das últimas 8 horas e uma seta de tendência, mostrando se a glicose está subindo, descendo ou mudando lentamente. “Essas informações são importantes para que o paciente tome decisões sobre a necessidade de aplicação de insulina ou ingestão de alimentos, evitando crises de hipoglicemia”, frisou.
“Estamos oferecendo uma ferramenta que irá empoderar o paciente no enfrentamento da diabetes, e ao mesmo tempo, reduzir as complicações causadas pela falta de controle da doença”, destacou o prefeito Mario Botion. “Trata-se de mais uma importante política pública de saúde, que integra o programa Limeira Ativa e Saudável, e que irá oferecer qualidade de vida a nossa população”, completou o chefe do Executivo.
TREINAMENTO
Nesta semana, a Secretaria de Saúde promoveu um treinamento para que pacientes e seus familiares tirassem dúvidas sobre o funcionamento do sensor, e ainda, ampliassem a utilização de todo o seu potencial. Um dos presentes, Pietro Henrique de Sotti, de 16 anos, descobriu a diabetes do tipo 1 no ano passado. Ele colocou o sensor há 2 meses e adaptou-se tão bem ao novo sistema que chegou até a gravar um vídeo, ensinando outros usuários do programa a fazerem a leitura do dispositivo.
A mãe, Michele Sotti, de 42 anos, também aprovou a iniciativa da prefeitura. “É excelente e libertador, meu filho consegue monitorar com facilidade a glicose”, relatou. Ela comentou que, agora, consegue acompanhar à distância os registros de glicose captados pelo filho, pois os dados podem ser compartilhados por meio de um aplicativo de celular.
Para solicitar acesso ao programa, a gerente da Divisão de Assistência Farmacêutica, Deise Karla Almeida dos Santos Blanco, informa que a prefeitura criou um protocolo, que atende especificamente crianças de adolescentes de 4 a 18 anos. A previsão, conforme ela, é incluir no programa até 30 pacientes por ano – os que completarem 18 anos e já estiverem incorporados no protocolo, terão garantido o direito a permanência.
Além da idade estabelecida, é preciso apresentar, em linhas gerais, exames que comprovem a doença e encaminhamento médico emitido por especialista, no caso, endocrinologista da rede pública ou particular. O pedido deve ser levado até a Central de Medicamentos, localizada no Paço Municipal, na Rua Prefeito Dr. Alberto Ferreira, 179, no Centro. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h.
A gerente salienta que, por enquanto, o programa é adotado em caráter experimental, pois o sensor é apenas uma ferramenta de monitoramento, sendo que o controle da glicemia cabe ao paciente. “Para seguir atendido pelo programa, a criança ou adolescente deve permanecer, pelo menos, 70% do tempo com a glicemia controlada”, ou seja, de 70 mg/dL a 180 mg/dL (intervalo alvo).
Por esse motivo, a Secretaria de Saúde acompanha o desempenho de cada paciente, analisando mensalmente os relatórios fornecidos pelo aplicativo do sensor, principalmente os dados referentes ao “intervalo alvo” e o número de leituras diárias da glicemia. “Caso os índices não estejam dentro dos parâmetros almejados, reforçamos as exigências do protocolo”, frisou Deise. (Da redação portal Notícia de Limeira)
Compartilhe
Comentários
comentários