O respeito e a resistência foram os temas centrais de uma roda de diálogo realizada, nesta quarta-feira (29), na Coordenadoria de Promoção à Cidadania LGBT+ e de Igualdade Racial de João Pessoa, em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado nesta data. O evento aconteceu na Casa Amarela, localizada no Parque Solon de Lucena, e disponibilizou também serviços de odontologia, auriculoterapia, aferição de pressão, glicose, entre outros.
Segundo Geraldo Filho, coordenador de Promoção à Cidadania LGBT+ e de Igualdade Racial de João Pessoa, 29 de janeiro é uma data extremamente importante. “É um dia que nos leva à reflexão sobre a importância de conscientizar as pessoas quanto a dignidade e o respeito para com a população trans aqui no Brasil, haja visto se tratar, talvez, da população mais vulnerável que nós temos, levando em consideração que a expectativa de vida, segundo estudos, é de apenas 35 anos”, afirmou.
Ele ressaltou que a data consta na agenda anual de comemorações da coordenação, sendo também mais uma oportunidade de oferecer serviços da Prefeitura à esta população, incluindo a possibilidade de ingresso no mercado de trabalho. “A gestão do prefeito Cícero Lucena é muito comprometida com essa população e a Coordenadoria tem muita abertura para trabalhar políticas públicas e trazer mais cidadania para as pessoas”, frisou.
A palestrante Karina Espínola Guedes, jornalista, empreendedora e assessora técnica da Cidadania de João Pessoa, destacou a importância de celebrar a data que surgiu em 2004, em Brasília, através dos movimentos sociais e que nasceu na luta pela saúde e, desde então, permeia todas as esferas sociais. “Hoje, nossa mesa de diálogo é composta por pessoas que representam a justiça, a comunicação, a cultura e que são trans e fazem com as próprias mãos essa história crescer, aparecer, ter mais visibilidade e ganhar também o respeito da sociedade”, acrescentou.
Já o ativista Lorenzo Zimon, que é DJ, produtor e articulador social, falou da importância de, nessa data específica, fazer desse espaço um lugar de política, de fala sobre as necessidades. “A gente vem em uma política onde os nossos corpos são retalhados a todo momento, mas graças a Deus, aqui em João Pessoa, temos uma visão um pouco diferente do que está acontecendo no mundo, por exemplo. Fico muito feliz que a Prefeitura disponibilize um espaço como esse para trazer pessoas que têm bagagem, que têm experiência, para ser formadoras de opinião sobre diversidade, a resistência e a inclusão, que é o que a gente quer”, reforçou.
Lissiane Saraíva, coordenadora geral do Comitê de Cultura da Paraíba, vinculado ao Programa Nacional de Comitês de Cultura do Minc, ressaltou a importância de ser parceira nesse processo de articulação para os grupos LGBTQIAPN+, nesse dia da visibilidade trans. “Para pensar junto os direitos e acesso a políticas públicas para a cultura dessas pessoas”, disse.
