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Agência Minas Gerais | BDMG publica novo Framework em parceria com o BID com critérios inéditos para emissão de títulos sustentáveis

BDMG / Divulgação


O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) lançou, nessa segunda-feira (17/11), no contexto da COP30, novo Framework de Finanças Sustentáveis, instrumento que credencia a instituição para futura emissão e captação de títulos e empréstimos verdes, sociais e sustentáveis.

O BDMG se torna, assim, o primeiro banco público do país a considerar a Taxonomia Sustentável Brasileira, ou seja, passa a definir as atividades econômicas consideradas sustentáveis e cria categorias de resiliência climática para eleger os projetos financiáveis. O documento contou com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi classificado como excelente pela Opinião de Segunda Parte (SPO) da Sustainable Fitch.

Os títulos sustentáveis, papéis de dívida utilizados para financiar iniciativas com potencial de legado para as esferas ambiental e social, têm sido cada vez mais valorizados por investidores e o mercado mundial. Ao emitir títulos, o BDMG capta recursos no mercado que serão aplicados no financiamento de iniciativas sustentáveis, como produção de combustíveis limpos, incentivo à agricultura regenerativa, projetos de descarbonização, entre outros.

Com uma carteira sustentável de R$ 3,5 bilhões em 2025, o objetivo é ampliar financiamentos que fortaleçam a capacidade de empresas mineiras de todos os portes e municípios do Estado lidarem com os efeitos das mudanças climáticas, repercutindo positivamente em comunidades vulneráveis, gerando impactos diretos na população.

A partir do documento, o Banco cria categorias para viabilizar projetos com potencial comprovado de resiliência climática e de redução de emissões de carbono, fazendo distinção dessas iniciativas em relação às ações de mitigação. A publicação amplia ainda os segmentos financiáveis com a inclusão de áreas como segurança alimentar, com foco em pequenos produtores rurais, e minerais críticos para a transição energética e digital. Os créditos ainda podem ser direcionados para investimentos em bioeconomia, agricultura 4.0, energia limpa, conectividade digital, saneamento, prevenção e controle de poluição, e outros.

Biometano

Um exemplo de iniciativa financiada pelo BDMG é a ZEG Aroeira, parceria entre a GasBio e a Bioenergética Aroeira, e a primeira empresa produtora de gás biometano de Minas Gerais, localizada em Tupaciguara, no Triângulo mineiro. O produto é usado para abastecer veículos e fornecer energia limpa para a indústria, reduzindo em até 90% a emissão de CO₂ em comparação com outros combustíveis fósseis.

A companhia está dobrando sua capacidade produtiva com a construção de dois biodigestores. Com a ampliação, o volume diário de biometano será de cerca de 30 mil metros cúbicos. O projeto, que será concluído neste ano, é viabilizado com o crédito das linhas de financiamento para projetos sustentáveis do banco.

Henrique Ceotto, diretor de Novos Negócios e Estratégia da GasBio, explica que a produção da unidade é destinada ao uso na frota de caminhões e máquinas agrícolas de uma usina, à produção de fertilizantes organo-minerais e para um hub logístico de abastecimento de caminhões em implantação na cidade de Uberlândia. “Utilizamos a vinhaça, derivado da cana, como biomassa. Com a nossa tecnologia, esse material gera o biogás que passa por um processo de purificação até se transformar no biometano. Esse produto é primariamente usado para substituir o diesel em frotas agrícolas e rodoviárias”, afirma.

Práticas internacionais

Henrique Ceotto / Crédito: BDMG / Divulgação

Em 2020, o apoio técnico do BID possibilitou a emissão pelo BDMG do primeiro título sustentável de uma instituição financeira de desenvolvimento no Brasil, no valor de US$ 50 milhões, adquirido pelo BID Invest, braço do Grupo BID que trabalha diretamente com empresas e projetos privados.

Annette Killmer, chefe da Representação do BID no Brasil, reforça que Minas Gerais reúne as condições para ser um dos protagonistas do desenvolvimento sustentável brasileiro. “Com esse framework, o BDMG amplia sua capacidade de acessar os mercados internacionais de dívidas sustentáveis, peça fundamental para transformar esse potencial em projetos de impacto socioambiental positivo. É uma honra para o BID apoiar essa jornada”, diz.

“Ao adotar critérios inéditos e alinhados às melhores práticas internacionais, o Banco reafirma seu papel essencial na promoção de uma economia sustentável, inclusiva e resiliente. O framework é mais uma entrega do Governo de Minas que deixa um sinal claro para o mercado: promovemos uma economia competitiva e transparente”, comemora a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.

Na mesma linha, o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, destaca que a atribuição do Banco resulta em benefícios à sociedade. “O framework está alinhado às melhores práticas internacionais do mercado de finanças sustentáveis e aos compromissos assumidos pelas organizações multilaterais. Ele potencializa os efeitos positivos dos projetos que financiamos”, conclui o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.

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