Aos quatro anos de idade, ainda tímido e curioso, Rodrigo Nonato Lima Braz deu seus primeiros passos em um tatame improvisado dentro de uma escolinha em Campo Grande. Um projeto de karatê havia acabado de se formar bem ali e ele, encantado com os primeiros movimentos da modalidade, não hesitou em pedir à mãe para se inscrever. O que começou como brincadeira infantil, se transformaria na grande paixão de sua vida.
Hoje, aos 20 anos, Rodrigo acumula uma trajetória de 16 anos dedicados ao karatê. O menino que vestiu o quimono pela primeira vez por pura curiosidade cresceu, se fortaleceu, e se tornou um atleta com mais de 70 medalhas, sendo cerca de 25 delas de ouro.
A virada aconteceu em 2012. Foi quando Rodrigo deixou os treinos casuais da escolinha e passou a treinar em uma academia voltada para competições. Sob a orientação de sua ex-professora, mergulhou de vez na disciplina, intensificou a preparação e iniciou o ciclo de campeonatos estaduais.
Desde então, a lista de conquistas só cresceu: Campeonato Brasileiro, Jogos Universitários, Pan-Americano e talvez o mais marcante, o Campeonato Sul-Americano. “Foi minha primeira vez em uma competição internacional, minha estreia defendendo o Brasil. Uma sensação indescritível competir contra atletas de alto nível, representando a seleção de seus países”, relembra Rodrigo, orgulhoso de quem realizou um sonho.
No Sul-Americano, ele conquistou o ouro na categoria kata em equipe. A vitória foi dividida com outros dois atletas: um de Joinville – SC, Eduardo Silveira e Júlio Garcia, de Corumbá – MS. Para treinar juntos, precisaram vencer a distância com viagens, encontros planejados e muita dedicação. “Foi especial porque não foi fácil. Cada treino foi uma batalha, mas conquistamos juntos”, afirma.
Para quem assiste, o kata pode parecer apenas uma coreografia. Mas na prática é uma prova de resistência, técnica, velocidade e força, exigindo precisão milimétrica a cada movimento. “É uma modalidade complexa, com vários critérios de avaliação, o que torna cada vitória ainda mais gratificante”, explica Rodrigo.
Mas, além do suor e da disciplina, sua trajetória também foi construída com apoio. Rodrigo não esconde a importância da Prefeitura de Campo Grande, por meio Fundação Municipal de Esporte (Funesp) nesse caminho. “O auxílio-atleta foi fundamental. Graças a ele, consegui pagar inscrições, transporte, hospedagem e alimentação. Em agosto mesmo, quando competi em Uberlândia, o apoio da Funesp foi decisivo”, destaca.
“Investir no esporte é investir em pessoas, em qualidade de vida e em futuro”, destaca Adriane Lopes. Para a prefeita de Campo Grande, cada real destinado ao setor retorna em forma de saúde, disciplina e inclusão social. “O esporte transforma realidades, cria oportunidades e promove hábitos mais saudáveis, além de contribuir diretamente para o bem-estar físico e mental da nossa população.”
O diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp), Sandro Benites, reforçou o papel do apoio da Prefeitura como apoio aos atletas. “O auxílio-atleta vai muito além de um repasse financeiro. Ele representa confiança, reconhecimento e valorização. É um gesto que mostra que a cidade acredita no esforço, no talento e na dedicação dos nossos esportistas”, afirmou.
O Auxílio Atleta, benefício da Prefeitura de Campo Grande, é viabilizado pela Fundação Municipal de Esportes (Funesp). O programa tem sido fundamental para apoiar competidores que levam o nome da cidade em eventos oficiais, nacionais e internacionais, contribuindo com despesas como transporte, hospedagem, alimentação e inscrições.
O programa dá suporte a atletas que representam a cidade em competições oficiais, nacionais e internacionais, ajudando com custos como transporte, hospedagem, alimentação e inscrições. O valor do auxílio pode chegar a R$ 5 mil por atleta, de acordo com avaliação do Conselho Municipal de Esporte e Lazer. A solicitação deve ser feita com no mínimo 60 dias de antecedência da competição.
Já Rodrigo segue construindo com determinação sua história dentro da modalidade. Do garoto que se apaixonou pelo karatê na infância ao jovem atleta que leva o nome de Campo Grande para o mundo, sua jornada é prova de que disciplina e paixão podem transformar sonhos em medalhas e conquistas.
