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Estudantes do IFSP ministram curso sobre drones no Parque Nacional do Itatiaia – IFSP

Inédita, iniciativa uniu tecnologia e educação ambiental

No último dia 11 de junho, o Parque Nacional do Itatiaia foi palco de uma iniciativa inédita que uniu tecnologia, educação ambiental e atuação de estudantes do IFSP — o curso “Operação de Drones em Trilhas e Ambientes Naturais: Boas Práticas e Responsabilidade”. A atividade foi idealizada e ministrada por dois estudantes do Campus São Paulo, Caio Italo Marcieri Pimpinato, do curso de Engenharia de Controle e Automação, e Henrique Leduhar da Fonseca Ferraro, da Engenharia Eletrônica. 

A proposta do curso surgiu da percepção de uma necessidade concreta em conversa com funcionários do parque: condutores e montanhistas que atuam na região careciam de orientação qualificada para o uso responsável de drones em trilhas, áreas de preservação e ambientes naturais. Caio e Henrique decidiram unir forças e conhecimentos para construir um conteúdo robusto e aplicável à realidade do parque. A formação aconteceu no espaço Ecoartes, na parte baixa do parque, e contou com a presença de Leonardo Teófilo, analista ambiental do parque que auxiliou na organização da atividade, além de condutores ambientais, montanhistas e entusiastas de drones em atividades ao ar livre.

Além dos idealizadores, também participaram da atividade o estudante de Engenharia Civil Vinicius Araujo e o servidor Bruno Fortunato, ambos do Campus São Paulo, que fizeram o curso.

Durante a atividade, foram abordadas noções fundamentais sobre o funcionamento dos drones, regras e regulamentações para voo em áreas naturais. Isso incluiu orientações da Anac, do Decea e de órgãos ambientais como o ICMBio. Além disso, foram discutidas técnicas de operação segura em trilhas e zonas de preservação, refletindo sobre os impactos ambientais e as boas práticas na interação entre tecnologia e natureza.

Segundo Caio, o curso é um exemplo de como a formação no IFSP pode extrapolar os limites das salas de aula e estimular os estudantes a contribuir diretamente com a sociedade, especialmente em temas que exigem atuação interdisciplinar. “Foi muito gratificante perceber o interesse dos condutores em se capacitar, entender os limites do uso dos drones em trilhas e como orientar os visitantes. A tecnologia pode ser uma grande aliada da preservação, se usada com consciência”, comenta.

Por sua vez, Henrique destacou a importância de aliar conhecimento técnico e sensibilidade ambiental: “Capturar belas imagens é algo poderoso, mas devemos sempre lembrar que voar dentro de um parque como o Itatiaia exige cuidados redobrados. Nosso objetivo foi justamente mostrar que é possível unir estética, técnica e responsabilidade.”

O sucesso da ação abre caminho para novas edições e colaborações com unidades de conservação e comunidades locais, promovendo o uso consciente da tecnologia em prol da preservação ambiental e do turismo sustentável.

O parque — Criado em 1937, o Parque Nacional do Itatiaia é considerado o 1º Parque Nacional do Brasil. Localizado na Serra da Mantiqueira, o local abre o Pico das Agulhas Negras, que é o quinto ponto mais culminante do Brasil.

Mais sobre os idealizadores

Caio Pimpinato é veterano no uso de drones para fins educacionais e científicos. Já participou com o IFSP de apresentações internacionais na Ucrânia e na Itália , pelo extinto projeto de extensão “Drones na Educação”. Atualmente, participa de dois grupos de pesquisa que utilizam drones em aplicações avançadas. Um deles é o Gamp (Geofísica Aplicada em Métodos Potenciais), que investiga o uso de drones como plataforma de voo para sensores como gravímetros e magnetômetros, ampliando as possibilidades de mapeamento geofísico em regiões remotas. O outro é um grupo vinculado ao laboratório de Inteligência Artificial (Eialab) do Campus Cubatão, onde Caio colabora em um projeto internacional com a Universidad de La Frontera, do Chile. A iniciativa visa desenvolver um sistema de monitoramento da qualidade da água no lago Villarrica, utilizando drones para adquirir dados ambientais na região de Pucón.

Henrique Ferraro, por sua vez, trouxe ao curso uma bagagem prática de atuação como fotógrafo profissional em estúdios, e também do seu olhar como voluntário ao captar imagens nas últimas duas edições do Conemac. Sua experiência visual e técnica no manuseio de equipamentos de imagem contribuiu diretamente para orientar os participantes na captação de imagens aéreas com responsabilidade, respeitando as normativas ambientais e operacionais.