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Acima da média nacional, MS apresenta 63% de índice de aleitamento materno exclusivo – Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul apresenta 63% de índice de aleitamento materno exclusivo, que é a prática de alimentar um bebê apenas com leite materno, sem outros alimentos ou bebidas, nos primeiros seis meses de vida. No mesmo panorama, o Estado apresenta 60% de aleitamento materno complementar, quando a criança recebe alimentos sólidos ou semissólidos em conjunto com o leite materno, de 6 meses a 2 anos de idade.

De acordo com o ENANI (Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil), a taxa de aleitamento materno exclusivo no Brasil é de 45,8% entre crianças menores de 6 meses. O Brasil estabeleceu a meta, recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de que 70% das crianças sejam amamentadas exclusivamente até 2030.

Os indicadores foram divulgados nesta quinta-feira (20), durante o lançamento do XVII ENAM (Encontro Nacional de Aleitamento Materno) e VII Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável (VII ENCS), no Auditório do Bioparque Pantanal. Promovido pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) o evento é uma oficina preparatória para encontro nacional que vai acontecer em 2026 e conta com a parceria da IBFAN-Brasil (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar), da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) e de outras instituições comprometidas com a saúde materno-infantil.

A oficina preparatória é uma oportunidade para profissionais de saúde, educadores, assistentes sociais e demais agentes envolvidos no cuidado materno-infantil atualizarem seus conhecimentos sobre práticas de saúde e nutrição para gestantes e crianças.

De acordo com a gerente da Rede Alyne com ênfase em Aleitamento materno da SES/MS, Liliane Rodrigues, o encontro aborda temas fundamentais para o desenvolvimento saudável de crianças de zero a dois anos, como o aleitamento materno e a alimentação complementar. Também traz discussões sobre a importância de políticas públicas de apoio à amamentação e as estratégias para combater preconceitos.

“Nosso objetivo é capacitar os profissionais de saúde para que possam oferecer um atendimento mais eficaz, disseminando as práticas científicas mais recentes sobre aleitamento materno e alimentação complementar saudável. O aleitamento materno é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, especialmente nos primeiros anos de vida, e traz benefícios tanto para a criança quanto para a mãe. Este evento proporciona uma excelente oportunidade de atualização e troca de conhecimentos entre os profissionais que atuam na saúde materno-infantil, reforçando a importância da promoção de políticas públicas que garantam o acesso e apoio ao aleitamento materno em nosso estado”

Para a Prof.ª Dr.ª da UFMS, Osvaldinete Oliveira, o encontro é uma atualização e qualificação técnico-científica, voltado principalmente para profissionais de saúde, ativistas, estudantes, gestores em saúde pública e toda a rede de apoio que a mulher precisa para conseguir amamentar com sucesso e com tranquilidade.

“A importância deste encontro é exatamente melhorarmos os nossos indicadores de aleitamento materno. A partir do momento que você tem uma equipe de saúde qualificada, temos mais chances de promover e defender a amamentação, melhorando os nossos indicadores de saúde materna infantil no estado. O MS tem um histórico importante, inclusive existe uma lei estadual que dispõe sobre o aleitamento materno. Nossos índices estão em torno de 63% de bebês amamentando exclusivamente até 6 meses de idade e 60% de crianças até 2 anos de idade. São índices razoáveis, mas que precisamos ainda aumentar, pelo menos 80%, das crianças sendo amamentadas exclusivamente até 6 meses e de forma continuada até 2 anos”, enfatiza Osvaldinete Oliveira, que também é membro da IBFAN-Brasil e presidente do XVII ENAM e do VII ENCS.

Além de capacitar profissionais da área, a SES busca sensibilizar a sociedade para a relevância do aleitamento materno e de uma alimentação saudável na primeira infância, fortalecendo a rede de apoio à saúde de mães e crianças em todo o estado, em alinhamento com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que as crianças sejam amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses de vida. Após esse período, deve-se introduzir uma alimentação complementar saudável, adequada e segura. A OMS também recomenda que a amamentação continue até os dois anos de idade ou mais.

Rede Alyne

Em setembro de 2024, o Governo Federal lançou a Rede Alyne – estratégia de reestruturação da antiga Rede Cegonha, cujo objetivo é reduzir a mortalidade materna em 25%. Além da expansão das ações voltadas para a saúde materno-infantil, o novo programa busca diminuir a mortalidade materna de mulheres negras em 50% até 2027.

A iniciativa homenageia a jovem negra Alyne Pimentel, que morreu aos 28 anos, gestante e vítima de negligência médica, em novembro de 2002. Cinco anos depois, a família entrou com uma ação no Comitê pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw) da Organização das Nações Unidas (ONU). Quatro anos depois, o comitê emitiu condenação ao Brasil por não prestar atendimento adequado desde o surgimento das complicações, determinou indenização para a família e recomendou políticas para melhoria do atendimento a gestantes pelo serviço público de saúde.

O caso de Alyne levou o Brasil a ser o primeiro país condenado por morte materna pelo Sistema Global de Direitos Humanos em todo o mundo. Em 2014, o governo federal indenizou a mãe de Alyne e entregou um certificado que reconhece a responsabilidade do Estado na morte da gestante.

Helton Davis, Comunicação SES
Foto de capa: Álvaro Rezende/Secom
Internas: Helton Davis


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