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Casa da Mulher Brasileira celebra 10 anos com balanço histórico e compromisso renovado no combate à violência contra a mulher – CGNotícias

A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande (CMB), primeira do país, comemorou seus 10 anos de atuação em uma noite marcada por emoção, reflexões e reafirmação de compromissos. O evento, realizado na Casa de Cultura de Campo Grande, reuniu autoridades, representantes da rede de proteção e a comunidade, celebrando os avanços no enfrentamento à violência de gênero.

Falas impactantes da prefeita Adriane Lopes, da secretária-executiva da Mulher e de outras autoridades destacaram a trajetória da Casa, que já prestou mais de 1,7 milhão de atendimentos, e reforçaram a importância de manter a rede de apoio cada vez mais forte e articulada.

“Hoje celebramos um marco histórico, 10 anos da Casa da Mulher Brasileira, a primeira fundada em uma Capital do país, e pela primeira vez também, nós temos a primeira prefeita e a primeira vice-prefeita eleita em Campo Grande. Hoje nós estamos aqui com a oportunidade de fala e de representatividade. Quero aqui agradecer a cada guerreira dessa equipe que lutou incansavelmente por esse propósito, que resguarda a vida de milhares de mulheres. Quero ressaltar a importância da intersetorialidade desse projeto. Somos referência em nosso país e até pessoas de outros países nos visitam e se espelharam nas políticas públicas aplicadas em nossa cidade. E vamos seguir firme, fortalecendo ainda mais esse trabalho voltado ao apoio às mulheres na nossa Capital”, pontuou Adriane Lopes.

Inaugurada em 3 de fevereiro de 2015, a Casa da Mulher Brasileira completou 10 anos na última segunda-feira e realizou desde então, 1,7 milhão de atendimentos (computadas as situações de retorno), com a recepção de 138 mil mulheres, segundo a secretária-executiva da Mulher, Angélica Fontanari. A Guarda Civil Metropolitana, por meio da Patrulha Maria da Penha, atendeu mais de 60.700 chamados. Na Polícia Civil, foram mais de 80,7 mil boletins de ocorrências registrados. Atendimento à manifestações do Ministério Público foram 167 mil. Concessão de medidas protetivas, mais de 63 mil. E atendimentos pela Defensoria Pública, em torno de 47 mil atendimentos.

“A vítima na casa da mulher brasileira é atendida na sua totalidade. Essa integração de trabalhos intersetorial é tão real, que quebramos o que chamamos de rota crítica, que é aquela situação em que a vítima precisa percorrer vários lugares quando não se tem uma Casa da Mulher Brasileira. A Delegacia especializada fica em um ponto, o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em outro, quando muitas vezes, a vítima até desiste de quebrar o vínculo por tamanho desgaste com esses deslocamentos. E lá, na Casa da Mulher, nós podemos comprovar a eficiência desse trabalho de interação, com serviço estruturado, com uma rede funcionando e equipe capacitada. Os números são superlativos. Mas superlativo também é o compromisso da gestão municipal para combater a violência e para reforçar esse serviço”, apontou Angélica.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Iacita Azamor, ressaltou o importante trabalho realizado pela CMB, mas enfatizou que ainda há muito a ser feito para apoiar as vítimas do que ela considera uma verdadeira epidemia.

“Não estamos em paz, não vivemos sem violência, e isso precisa ser falado. As nossas mulheres ainda enfrentam esse mal, que eu considero uma epidemia de violência contra a mulher. Se não nos unirmos — e não basta apenas o trabalho do poder público, precisamos também do apoio das associações e entidades de classe — não conseguiremos avançar. Esses grupos estão sempre discutindo os direitos das mulheres e levando esse debate para todos os espaços possíveis, para que as mulheres possam, de fato, tomar consciência de sua condição, de que não precisam se sentir fragilizadas, de que têm o direito de existir, de ter oportunidades e de efetivar seus próprios direitos”, declarou.

Na ocasião, foi assinado o Decreto de nº 16.178/2025, que permite a concessão de condecorações, instituída por meio do decreto n° 16.178/2025, uma iniciativa pensada para esse momento de celebração dos 10 anos da CMB, considerando que tantas pessoas contribuíram para a excelência dos serviços. São agentes públicos que, em grande parte, estão desde o ano de 2015, ano de fundação, prestando serviços junto a Casa. No total, foram nove pessoas agraciadas:

– Nilvane Pereira Costa de Moraes – técnica administrativa, representante da Defensoria Pública de MS.

– Elaine Cristina França Tavares Flor – assistente social, representante do Ministério Público de MS 72º.

– Viviane Nunes Margarejo Leandro – investigadora da Polícia Civil, classe especial, representante da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

– Angela Maria Ribas de Souza – assistente social, representante do Tribunal de Justiça de MS -3ª Vara de Violência Doméstica:

– Nélis Vieira Ribeiro – coordenadora da Patrulha Maria da Penha – Guarda Civil Metropolitana.

– Gilcemara Pacheco – assistente social, Fundação Social do Trabalho (Funsat)

– Ana Maria Silva Ferreira – apoio psicossocial continuado (Conti)

– Elza Maria Verlangieri Loschi – assistente social da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

– Jordan Matos – publicitário e representante do Shopping Campo Grande.

A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande está sob a gestão administrativa da Prefeitura Municipal, por meio da Subsecretaria de Políticas para a Mulher (SEMU), órgão gestor das políticas públicas para as mulheres no âmbito local.

Serviço

A estrutura contempla os diversos serviços e setores necessários para que a mulher possa enfrentar a situação de violência de forma integral. Assim, oferece atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana, nos setores: recepção, acolhimento e triagem, serviço de apoio psicossocial, alojamento de passagem (para abrigamento temporário de até 48 horas, para mulheres em risco de morte), brinquedoteca (para o acolhimento de crianças de 0 a 12 anos que não estejam acompanhadas por outros adultos, enquanto a mulher é atendida) e Central de Transportes (para o deslocamento de mulheres até os serviços da rede externa, como o Instituto de Medicina e Odontologia Legal ou unidades de saúde).

Além desses serviços, a Patrulha Maria da Penha (grupo de agentes da Guarda Civil Metropolitana), também oferece atendimento 24 horas. A Patrulha Maria da Penha atua de forma articulada com a 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, no monitoramento das medidas protetivas de urgência, realizando visitas domiciliares às vítimas, bem como atendendo chamados de mulheres com medidas protetivas de urgência, pela Central de Atendimento, telefone 153.

Ainda no âmbito municipal, o Serviço de Promoção da Autonomia Econômica é oferecido em horário comercial, com atendimento relativo à emissão de documentação para o trabalho, qualificação e capacitação, intermediação para trabalho e emprego e orientação para autonomia financeira.

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (1ª DEAM) também oferece atendimento ininterrupto a mulheres vítimas de todas as formas de violência, em articulação com os demais serviços da CMB, como forma de garantir a integralidade do atendimento.

#ParaTodosVerem

Fotocapa: Prefeita Adriane Lopes, acompanha da Secretaria Executiva Angélica Fontanari e demais agentes homenageadas com condecorações.
Foto1: Prefeita Adriane Lopes em discurso, com plateia de convidados sentados a sua frente.
Foto2: Secretaria executiva da Mulher, Angélica Fontanari, em discurso, acompanhada da prefeita e vice-prefeita Camila Nascimento.
Foto3: Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Iacita Azamor, em explanação para o público.
Foto4: Prefeita, vice-prefeita e secretária executiva da Mulher, acompanhadas de todos os nove homenageados.