Agência Minas Gerais | Unidades de agricultura familiar que integram programa ambiental já têm melhorias em indicadores como qualidade da água

Equipe do Instituto Estadual de Florestas (IEF) realizou avaliação dos impactos socioambientais da implantação de Unidades Demonstrativas do Programa de Regularização Ambiental – PRA Produzir Sustentável. 

O grupo integra o Plano de Ação Territorial para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção no território ES/MG (PAT Capixaba-Gerais). 

Sete unidades de agricultura familiar nos municípios de Poté, Itambacuri, Teófilo Otoni e Ouro Verde de Minas, na região Nordeste de Minas Gerais, receberam a equipe.

O objetivo do IEF foi verificar, nesses imóveis rurais, a implementação das boas práticas agrícolas fomentadas pelo PAT Capixaba-Gerais, no contexto do Projeto Pró-Espécies, como a melhoria dos habitats das espécies ameaçadas. 

Uma das diretrizes do plano é a promoção de boas práticas ambientais, de base ecológica, no uso da terra e produção agrícola.

As tecnologias fomentadas pelo plano promovem a adequação ambiental e agrícola dos imóveis rurais, resultando na recuperação das áreas de preservação permanente com sistemas agroflorestais e outros indicadores.  

A analista Janaína Mendonça, responsável pela articulação das atividades pelo PAT, lista outros benefícios como saneamento rural, fábrica de bioinsumos, pasto rotacionado e arborizado, práticas mecânicas de conservação de solo e água, café orgânico arborizado, olericultura orgânica, além da proteção de remanescentes florestais e formação de corredores ecológicos.

Ela relata que já é possível identificar melhorias na qualidade e quantidade da água, da renda e da empregabilidade dos imóveis e, ainda, aumento da presença de fauna. 

“Os resultados deste diagnóstico serão apresentados e discutidos em uma oficina sobre Indicadores de Sustentabilidade Ambiental com os agricultores envolvidos e servirão de referência também para o PRA Produzir Sustentável”, afirma Janaína.

Expedição botânica

Com o apoio da equipe do IEF da Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual Alto do Mucuri, paralelamente às visitas realizadas nas propriedades rurais, ocorreu a primeira expedição botânica do PAT Capixaba-Gerais na região. 

A Expedição contou com um time formado por três botânicos do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e um da Unicamp, com o objetivo de apurar dados da flora no território contemplado pelo plano.

Durante a expedição, os pesquisadores exploraram as áreas da Pedra do Rastro, Pedra do Jardim, Pedra D’Água e Pedra de Geribá, em busca de espécies alvo e beneficiadas do PAT.

Além de indicarem locais onde não havia nenhum registro de coleta, os pesquisadores também contribuíram com o aumento do número de registros de espécies na APA. 

O material coletado será analisado nos próximos meses e os pesquisadores acreditam que poderão ser identificadas, além das espécies alvo, espécies novas para a ciência e algumas ameaçadas de extinção.

“Consideramos que a expedição foi um sucesso e temos a certeza de que os resultados refletiram quanto é rica a biodiversidade local”, relata o gerente da APA Estadual Alto do Mucuri, Antônio Marcos.

Plano de Ação Territorial Capixaba-Gerais

O Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF) integra o Projeto “Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – Pró-Espécies: Todos contra a extinção”, responsável pelo PAT Capixaba-Gerais. 

O objetivo é melhorar o estado de conservação e conhecimento sobre as espécies ameaçadas de extinção, por meio do envolvimento de diversos atores e visando a mitigação dos impactos diretos e indiretos causados pelos principais vetores de pressão que incidem sobre as espécies alvo do plano.