A vacina Influenza age para estimular a produção de anticorpos contra o vírus causador da gripe e está disponível nas unidades básicas de saúde do país para todos acima dos 6 meses de idade.
São os grupos prioritários do imunizante: crianças de 6 meses a menores de 6 anos; gestantes; puérperas; idosos com 60 anos ou mais; e pessoas em situação de rua, entre outros públicos. Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez devem tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.
“As campanhas de vacinação começam por estes grupos porque eles podem desenvolver um quadro bem grave de influenza. Vimos isso na última pandemia de influenza H1N1 em meados de 2008 e 2009 quando muitas pessoas agravaram por causa da doença e vimos várias mortes de grávidas”, afirma a gerente médica de segurança do Butantan, Karina Miyaji.
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O Ministério da Saúde adiantou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe em novembro do ano passado na região Norte e começou nas demais regiões em março deste ano. Mas até o dia 25 de junho tinha alcançado uma cobertura vacinal de 42,6%, bem abaixo da meta de 90%, segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS). “As pessoas esquecem, mas podemos viver uma pandemia de influenza se as pessoas deixarem de se vacinar”, alerta Karina.
Tire suas dúvidas sobre a vacinação contra a influenza abaixo.
1- Há implicações na saúde dos idosos que deixam de tomar a vacina da gripe?
Sim, mas não somente nos idosos. Pessoas acima de 60 anos, gestantes, crianças abaixo de cinco anos, pessoas com doenças crônicas, como cardiopatas e pneumopatas, e imunossuprimidos no geral têm maior risco de desenvolver gripe grave quando não vacinados. Quando isso acontece, além dos sintomas clássicos da gripe, o doente pode desenvolver falta de ar e pneumonia viral, e evoluir para insuficiência respiratória, aumentando o risco de óbito.
Idosos tendem a ter sintomas mais fortes devido à soma de comorbidades, como pressão alta, diabetes, problemas renais, entre outros, que enfraquecem o sistema imunológico. Crianças pequenas podem responder mal à gripe devido à imaturidade de seu sistema imunológico, da mesma forma que as grávidas, que já estão com o sistema imune alterado pelos hormônios e transformações da gestação. Nas pessoas saudáveis, além de proteger, a vacinação ajuda a passar pela doença de forma assintomática ou a abrandar sintomas.
2- Qual a importância de se vacinar contra a gripe todos os anos?
O vírus influenza sofre mutações contínuas, acarretando a circulação de novas cepas no hemisfério norte e sul a cada inverno. Isso determina aos produtores formularem uma nova vacina anualmente, com cepas selecionadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que monitora as mais incidentes nas duas regiões.
Isso significa que a vacina do ano anterior não necessariamente trará proteção contra as cepas circulantes neste ano. Por isso é importante tomar a vacina da gripe a cada nova campanha. A formulação da vacina da gripe de 2024 é composta por duas cepas da influenza A, predominantes no Brasil, e uma cepa de influenza B, que tende a causar um quadro exacerbado de gripe em crianças pequenas.
3- Para quem esqueceu de tomar a vacina, ainda dá tempo?
Dá tempo porque o inverno ainda está começando no Brasil, e o vírus vai continuar circulando durante toda a estação. A vacina já está disponível para todas as faixas etárias, é só procurar um posto de saúde e se vacinar.
4- Quem já teve gripe este ano deve se vacinar mesmo assim?
Sim, porque a vacina disponível nos postos de saúde é trivalente, ou seja, protege contra três tipos de vírus influenza. Além disso, alguns sintomas respiratórios não necessariamente são gripe: resfriados ou infecções por rinovírus e parainfluenza também causam sintomas respiratórios. Mesmo que você tenha tido algo parecido com uma gripe, pode ir se vacinar.
5- Posso tomar a vacina mesmo se estiver com sintomas respiratórios?
Se estiver com sintomas leves e sem febre, não há contraindicação de tomar essa e outras vacinas. Caso contrário, espere passar os sintomas para receber o imunizante.
6- Quem tomou a vacina no ano passado precisa tomar de novo?
Sim. Precisa tomar a vacina porque a composição do imunizante muda todos os anos e porque a proteção do imunizante anterior diminui com o passar do tempo.
7- A vacina Influenza protege todos os públicos-alvo? Por quê?
A vacina Influenza pode diminuir os sintomas da gripe em pessoas saudáveis e nos grupos prioritários evita os sintomas mais graves, como falta de ar e insuficiência respiratória – que podem levar à necessidade de intubação e aumentar o risco de morte.
Os profissionais de saúde também fazem parte do grupo prioritário para não adoecerem e transmitirem o vírus aos pacientes.
Em uma pessoa imunodeprimida a proteção pode ser mais baixa, mas é importante se vacinar igualmente. Mesmo a proteção não sendo ideal, é melhor do que pegar o vírus sem nenhuma proteção.
8- Quem teve dengue pode tomar a vacina da gripe?
Pode quando estiver sem febre e recuperado. Neste caso, não há necessidade de obedecer a um intervalo como ocorre com a vacina da dengue, que deve ser administrada após seis meses da infecção por dengue.