Neste domingo (7), o Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, foi tomado pela tradição e cultura sul-mato-grossense, com muita viola e música fronteiriça. Os shows “Una Aza”, de Ossuna Braza e “Jazz e Viola”, de Marcos Assunção, deram início à volta do Som da Concha, em uma edição instrumental.
Desde 2008 o projeto incentiva e difunde a produção musical sul-mato-grossense, no espaço Helena Meirelles, que homenageia uma das maiores violeiras do Brasil, reconhecida internacionalmente. O Som da Concha é realizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e FCMS (Fundação de Cultura).
O artista de Jardim, Ossuna Braza, abriu o evento com um show inovador que trouxe a harpa como instrumento “tradicional” do estado. “Una Aza” encantou os espectadores com músicas influenciadas pela música brasileira, música fronteiriça de Mato Grosso do Sul e Polca Rock, além de elementos de blues, flamenco, tango argentino e joropo venezuelano.
Ossuna Braza apresentou-se em formato de trio e celebrou seu primeiro EP homônimo, com composições e versões musicais de Almir Sater e Paulo Simões adaptadas para instrumentos fronteiriços como a harpa e o charango, ambos presentes em Mato Grosso do Sul.
“Eu consegui terminar de montar esse show que tem canções que eu fiz pensando na harpa e no charango. E esse show vai ser onde eu vou começar a dar meus primeiros passos nessa sonoridade, nessa experiência de compor músicas pensando na América do Sul, na nossa região e nas nossas influências, falar de bicho, de mata, de rio e de pessoas”, destaca Braza.
O campo-grandense Marcos Assunção trouxe ao público a emoção da cultura da viola sul-mato-grossense com o show “Jazz e Viola”. Com 20 anos de carreira, Marcos enaltece a alma da cultura regional da viola caipira sul-mato-grossense, fortalecendo suas raízes e garantindo a transmissão às futuras gerações. Ele apresentou um repertório que abrange seus quatro álbuns lançados, além de composições inéditas. O show incluiu clássicos do jazz como “Take Five” de Dave Brubeck na viola, além de choro, samba e baião com um toque autêntico brasileiro.
“Eu trouxe um show totalmente inédito, músicas, inclusive, que não foram gravadas ainda, foram tocadas pela primeira vez aqui no palco do Som da Concha, exclusivas para o nosso público. O projeto Som da Concha é um projeto que eu tenho muito carinho, acredito que é um dos poucos, se não for o único projeto, com um olhar para a música instrumental ainda. A gente vê, com o passar do tempo, a música instrumental perdendo seu papel na sociedade. Felizmente temos um projeto grandioso como o Som da Concha”, ressalta Assunção.
O secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Ferreira Miranda, comentou sobre a importância do evento. “O Som da Concha é uma vitrine para nossos talentos locais e um grande incentivador da cultura sul-mato-grossense. Estamos muito felizes em ver o retorno desse projeto, que valoriza a nossa música e nossos artistas”.
Eduardo Mendes, diretor-presidente da FCMS, destacou a relevância do Som da Concha para a valorização da cultura regional. “O Som da Concha retorna com o objetivo de promover ainda mais nossos talentos musicais locais, além de fortalecer a identidade cultural sul-mato-grossense. É um espaço fundamental para preservar e divulgar nossa rica diversidade musical, proporcionando momentos únicos de conexão entre artistas e público”.
Pela primeira vez, o Som da Concha percorrerá diversas cidades do interior. No dia 19 de julho, o projeto chega a Ponta Porã, integrando a programação de comemorações do aniversário da cidade. Em Campo Grande, vai ter show no Parque das Nações Indígenas no dia 21 de julho.
Bel Manvailer, Comunicação Setesc
Fotos: Daniel Reino/Setesc