Campus Matão do IFSP foi a 2ª instituição com maior número de trabalhos apresentados
O grupo de pesquisa EnergIFe, do Campus de Matão, participou do 3º Congresso da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV), realizado em Foz do Iguaçu, Paraná, entre os dias 17 e dia 19 de junho. O congresso é destaque no cenário tecnológico e científico, sendo espaço de intercâmbio de ideias e construções de cooperações para o desenvolvimento do setor de combustíveis sustentáveis para a aviação, contando com apresentações de trabalhos, palestras e uma feira paralela.
O evento é promovido por companhias aéreas como Azul, Gol e Latam, além de construtores de aeronaves como Embraer e Airbus, tendo participação de empresas de insumos industriais e de pesquisa, como a Nova Analítica e a Tennessine.
O grupo EnergIFe do IFSP conta hoje com seis alunos de graduação dos cursos de Engenharia de Energias Renováveis, Engenharia de Alimentos e Química e duas alunas do curso Técnico Integrado em Química, além de dois pós-doutores que atuam no apoio das atividades de pesquisa. De acordo com os supervisores do grupo, ao longo dos últimos cinco meses foram realizados treinamentos para capacitação dos estudantes tanto na prática laboratorial quanto na escrita acadêmica e desenvolvimento de pesquisa científica voltada para os trabalhos que foram apresentados no congresso.
O EnergIFe apresentou um total de 9 trabalhos científicos que versaram sobre temas como aplicações de óleos oriundos de resíduos da indústria de alimentos para produção de biocombustíveis de fontes sustentáveis, além de trabalhos de revisão da literatura sobre o desenvolvimento de políticas referentes aos combustíveis sustentáveis de aviação e sobre as análises fisico-químicas para o controle de qualidade dos combustíveis sustentáveis.
De acordo com a coordenação do grupo, os trabalhos apresentados atraíram grande interesse do público, despertando-o para a potencialidade das fontes alternativas destacadas pelos trabalhos, que aliam além da sustentabilidade, a redução de resíduos e o impacto social que pode ser gerado com os usos apontados. Os trabalhos de revisão de literatura também obtiveram destaque, tendo deles um sido selecionado para apresentação oral, que contou com bom público no auditório.
A participação dos cinco alunos que apresentaram trabalhos no congresso foi custeada com recursos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, que arcou com os custos de diárias e passagens. A inscrição dos estudantes foi patrocinada pela empresa Nova Analítica.
No dia 18, o coordenador do grupo, professor Arsiteu Gomes Tininis, realizou palestra de apresentação dos projetos em curso no Campus Matão do IFSP, enquanto os alunos participaram do curso promovido por Mateus Ferreira Chagas do LNBR/CNPEM com título “Avaliação de Ciclo de Vida de Combustíveis Sustentáveis de Aviação”, onde aprenderam uma técnica consolidada no meio acadêmico para traduzir em indicadores aceitos internacionalmente em que medida um processo de produção de um combustível ou qualquer produto é ecologicamente sustentável, bem como mesurar qual é a o tamanho de sua pegada ambiental.
No dia 19, alguns alunos do grupo participaram da Visita técnica à Planta de SAF, também conhecida como “Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis” localizada na Unidade de Demonstração Itaipu (UD Itaipu) no Parque Tecnológico Itaipu. Esta unidade tem por objetivo o uso de biogás pelo processo de reforma catalítica à seco integrada a síntese de Fischer-Tropsch. Com isso, o biogás é convertido em gás de síntese e em seguida, pela síntese de Fischer -Tropsch é transformado em combustível de aviação sustentável.
De acordo com o professor Arsiteu, ao fim do evento, o Campus Matão recebeu menção honrosa como a segunda instituição com maior número de trabalhos apresentados, um total de nove, sendo dois destes com autoria dos pós-doutores envolvidos no grupo. O coordenador disse ainda que os membros do grupo puderam fazer vários contatos que podem se mostrar promissores tanto para futuras parcerias acadêmicas quanto outros para parcerias de cooperação tecnológica.