Aos 102 anos, o ex-combatente Walfrid de Moraes emocionou toda a plateia ao descerrar a placa em homenagem ao primeiro embarque dos soldados brasileiros para a Segunda Guerra Mundial, no dia 2 de abril de 1944, há exatos 80 anos. Idealizada pelo músico e pesquisador João Barone, filho do pracinha João Lavor Reis e Silva, e pelo prefeito Eduardo Paes, a homenagem foi inaugurada, nesta terça-feira (2/7), com presença do secretário municipal da Casa Civil, Lucas Padilha, e do secretário municipal de Conservação, Marco Aurelio Regalo, além de autoridades militares, como o comandante da Primeira Divisão do Exército, General Eduardo Tavares Martins, e o contra-almirante João Candido Marques Dias. A solenidade teve a participação da Banda dos Fuzileiros Navais.
O secretário Lucas Padilha pediu aos presentes uma salva de aplausos ao pracinha Walfrid de Moraes.
– A mais importante pessoa entre nós, um grande brasileiro que representa exatamente a importância da história do Rio de Janeiro, desse porto, dessa praça para a história do Brasil. Muitos ficaram lá, e outros voltaram para contar a história. Uma história que é geral. O fascínio pelas guerras não é coisa de quem é belicoso, é coisa de quem ama a paz.
Walfrid foi às lágrimas com a homenagem e as lembranças dos tempos em que os pracinhas brasileiros enfrentaram combates e as lembranças da miséria da população italiana na época.
– Estou muito emocionado com a homenagem. Vimos muita miséria na Itália, crianças e mulheres passando fome. Eles pediam pão, calçados a nós, brasileiros. As pessoas não sabem o que é uma guerra.
O secretário de Conservação, Marco Aurélio Regalo, ressaltou o heroísmo dos que doaram e tantos que perderam suas vidas para lutar pela liberdade:
– É uma homenagem muito importante realizada pelo prefeito Eduardo Paes para celebrar a memória daqueles que, há 80 anos, deixaram suas famílias e ofereceram seu coração, suas vidas, sua energia à luta pela liberdade em nome do nosso país.
Idealizador da placa, o músico e pesquisador João Barone enalteceu a história dos ex-combatentes. O escritor e baterista dos Paralamas do Sucesso, que lançou obras sobre a Segunda Guerra, como “1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida” e “Soldado Silva, a jornada de um brasileiro”, ressaltou a importância da homenagem e se emocionou com a celebração à memória dos pracinhas.
– É um marco em um logradouro público em homenagem aos 80 anos do embarque da Força Expedicionária Brasileira para combater na Segunda Guerra Mundial, na Itália, lutar pela democracia, pelo mundo livre. É muito gratificante ver esse local, onde todo mundo que passar por aqui vai lembrar desse esforço muito grande que o Brasil fez naquela época pela democracia.
Gerente de Monumentos e Chafarizes da Secretaria Municipal de Conservação, Vera Dias também destacou a importância de lembrar esse importante capítulo da história no século XX.
– O patrimônio vive de memória. É a preservação da história dos brasileiros que enfrentaram a Segunda Guerra Mundial, um monumento que homenageia aqueles que lutaram pela liberdade.
A placa tem 70 centímetros de largura por 50 centímetros de altura, e o pedestal onde será instalada tem 1,70 de altura e 1,90 de largura. Foi esculpida por Mario Pitanguy com base em fotos antigas e extensa pesquisa iconográfica da época.