Fotos: Rose Campos
O encontro foi promovido com a participação da Sequav e do Sesc Sorocaba, envolvendo demonstração e uma oficina de dança para alunos da E.M. “Prof. Amin Cassar”. O breaking tornou-se modalidade olímpica e estará presente nos Jogos de Paris, neste ano.
Alunos da E.M. “Prof. Amin Cassar”, no Jardim Paulista, e que participam do projeto “Eu Pratico Esporte Educacional Escolar” tiveram uma aula especial nesta quarta-feira (5). Foi uma oficina, seguida de uma demonstração de breaking, realizadas no Centro Esportivo “Francisco Lisboa”, do Jardim Maria Eugênia, na Zona Norte da cidade. Fizeram parte da ação as B’girls Naiara Xavier, conhecida como Toquinha, e Nathana Venâncio, o B’boy Alan Liah e os instrutores Rodrigo Wave e Allan Dereck. O encontro foi promovido pela Secretaria da Educação (Sedu), em parceria com a Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida (Sequav) e o Sesc Sorocaba, que viabilizou a ida dos artistas de breaking.
Todos os alunos da E.M. “Prof. Amin Cassar” e que participaram da oficina têm aula de dança no projeto “Eu Pratico…” e a aula especial foi mais uma oportunidade para terem contato com outro estilo de dança, que a maioria não conhecia ou nunca havia praticado. Além deles, também participaram alunos da modalidade ginástica que têm aulas no Centro Esportivo.
“O projeto já era um sonho de muitos professores, que a Secretaria da Educação conseguiu realizar e levar para muitas escolas da rede. No caso da nossa escola, é uma oportunidade única poder proporcionar aos alunos o contato com vários tipos de dança e poderem escolher com qual tipo se identificam. Aqui eles estão amando, pois nunca tinham tido contato com profissionais de breaking. E vemos o brilho dos olhinhos deles”, observa a professora de Educação Física da escola, Viviane Martins.
Outra novidade importante é que o breaking passou a ser considerado uma modalidade olímpica, desde os Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires. Após o sucesso, o breaking também fará parte dos novos esportes dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, ao lado de esportes radicais como o surf, o skate e a escalada esportiva.
“O esporte educacional é um direito das nossas crianças e a dança é uma das possibilidades, na prática educativa em nossas escolas. A dança tem o objetivo de resgatar, de forma natural e espontânea, as manifestações expressivas da nossa cultura e é mais um recurso na aprendizagem escolar, que utiliza o corpo em movimento, estimula a expressão de sentimentos, das emoções e que auxilia na integração social e no desenvolvimento integral. A dança é inclusiva e, a partir de agora também um esporte olímpico”, descreve Priscila Diogo, apoio técnico pedagógico do projeto “Eu Pratico Esporte Educacional Escolar”.
Alunos como a Luiza e Davi Roberto, ambos de 10 anos, não só aprovaram a iniciativa como estavam entre os mais entusiasmados em reproduzir os passos ensinados pelos profissionais. “Comecei no projeto de dança no ano passado, mas ainda não conhecia o breaking e gostei muito. Minha vontade é vir aqui de novo. Adorei”, conta Luiza. Seu colega Davi Roberto também confirma a animação. “Achei muito legal! Já conhecia o estilo, mas nunca tinha dançado. Deu muita vontade de continuar praticando”, ele completa.
Para os profissionais da dança, a experiência também foi muito positiva. “Eu me sinto privilegiada por fazer parte desta ação e poder trazer para as crianças um pouco do que é o breaking. Espero que isso desperte o desejo delas de conhecerem um pouco mais sobre a dança e essa cultura. Para mim, foi uma honra e uma satisfação muito grande poder estar aqui”, afirma Nathana Venâncio, a B’girl natural de Uberlândia (MG), que é uma das integrantes do time Brasil. O País é um dos mais bem colocados no ranking mundial e disputa, com grandes chances, uma vaga para os Jogos de Paris.
O B’boy Alan, que há 12 anos vem se aprimorando na dança, recorda que o primeiro contato que teve com a modalidade aconteceu na escola. “Mas ninguém sabia nada e fomos aprendendo uns com os outros. Atualmente, eu pratico bastante, porque participo de muitos campeonatos e isso é importante para me manter evoluindo”, ele explica. Sobre o contato com as crianças na oficina proposta pelo projeto “Eu Pratico…”, ele só tem elogios. “A energia dessas crianças não tem explicação. É bom demais! E acredito que tenha sido muito bom para elas também. Eu não tive essa oportunidade, mas acho que agora as coisas estão mais acessíveis. É só aproveitar”, conclui.
A paulistana Toquinha tem apenas 22 anos, mas já é uma veterana em disputadas mundiais dessa modalidade, com 10 anos de experiência no breaking. E explica que também conheceu a dança em sua época de escola, no Ensino Fundamental. “Gostei não só pela dança, mas também pela cultura. O breaking nasceu no Bronx como uma forma de substituir a violência das guerras de gangues. Daí surgiram as batalhas de dança. Mas é uma cena onde tem muito mais homens que meninas. Era assim na escola onde eu estudei também. Eu fui a única menina que ficou. Então, tento mudar isso e trazer mais meninas para a cena breaking. Hoje e aqui, também é uma oportunidade. Quem sabe, nos próximos Jogos, não tem alguém daqui?”, sugere a B’girl.
A dança é uma das mais belas formas de expressão do homem. As trocas de experiências vivenciadas hoje, sem dúvida alguma, surtirão resultados imensuráveis na vida desses atletas e alunos, completa o gestor de Desenvolvimento Educacional, Rafael Amadio.