Avaí não foi parâmetro para o Guarani, apesar da goleada
Então, comemore sim bugrino, mas a prudência indica esperar um pouco mais para avaliação criteriosa sobre a reformulação feita no elenco.
O desenho do jogo até os 30 minutos do segundo tempo era de empate por 1 a 1, quando o meia-atacante Régis, qualificou o time
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Por: ARIOVALDO IZAC – –, 14/04/2023
Matheus Barbosa comemora primeiro gol do jogo. Foto: Thomaz Marostegan/ Guarani FC.
Campinas, SP, 14 (AFI) – Ganhar é bom, golear é ótimo. Mas calma! Não se deixe impressionar pela situação em que o Guarani construiu a vantagem por 4 a 1 diante do Avaí, por ‘ene’ motivos, na noite desta sexta-feira em Campinas, na largada da Série B do Campeonato Brasileiro.
O desenho do jogo até os 30 minutos do segundo tempo era de empate por 1 a 1, quando o meia-atacante Régis, já em campo no lugar de Neilton, desde os dez minutos, qualificou o time e foi participativo para o time bugrino deslanchar. E por que o Guarani deslanchou?
Porque naquela altura, o ponto de sustentação do Avaí, o volante Wellington, já não estava em campo.
Foi quando o Avaí estava ‘morto’ fisicamente, se arrastando em campo, em situação incompatível para quem se prepara visando uma competitiva Série B.
Por esse jogo, ficou a impressão que o barco está à deriva na equipe catarinense, com Alex Souza no comando técnico. Então, comemore sim bugrino, mas a prudência indica esperar um pouco mais para avaliação criteriosa sobre a reformulação feita no elenco.
GOL DE BRUNINHO
O jogo mostrou um meia-atacante Régis ativo fisicamente e explorando com sabedoria a lentidão do zagueiro Alan Costa, na jogada desenhada pela meia-esquerda e passe preciso para Bruninho, que se antecipou à marcação para marcar o segundo gol bugrino, aos 30 minutos do segundo tempo.
Um time ‘pregado’ em campo e querendo se expor em busca do empate, como o Avaí, a tendência lógica seria o contra-ataque em velocidade, planejado pelo Guarani desde o primeiro tempo, ser frutífero naquela altura. Pois em lançamento de Isaque, Derek, que havia substituído Bruno José, finalizou com sucesso, aos 38 minutos: 3 a 1.
PÊNALTI
A sensação do jogo ganho não implicou em comodismo à boleirada bugrina, que queria mais.
Como persistiam os buracos na retaguarda do Avaí, seu jogador Inocêncio escorregou na disputa de bola com Isaque e cometeu pênalti aos 44 minutos, convertido por Régis, com chute rasteiro no canto esquerdo.
ATÉ 75 MINUTOS
O primeiro tempo não refletiu em superioridade do Guarani para a vantagem por 1 a 0, gol do volante Matheus Barbosa, em finalização do meio da rua. Méritos, evidente, para o chute, mas convenhamos ter sido bola defensável para um goleiro de nível acima da média, o que não é o caso de Ygor Vinha, por sinal adiantado na jogada, aos 12 minutos.
Embora não tivesse criado absolutamente nada ofensivamente, o Avaí chegou a ter até mais posse de bola em determinada circunstância daquele período. Embora seja equipe limitada, observava-se proximidade de seus jogadores, principalmente povoando mais o meio de campo.
Bruno Pivetti estreia com goleada no Guarani. Foto: Thomaz Morastegan – GFC
PIVETTI
Um erro circunstancial do treinador estreante Bruno Pivetti, do Guarani, foi deixar apenas os volantes Matheus Barbosa e Wenderson com atribuição de pegada na cabeça da área, visto que Bruno José só fazia recomposição em avanços do lateral-esquerdo Natanael, e Bruninho é desobediente taticamente, nem sempre recuando.
Acrescente o agravante de Neilton, escalado como meia, não ter características de desarme. Logo, apesar da extrema lentidão, o Avaí até conseguia levar a bola às proximidades da área bugrina, porém com predominância de seu sistema defensivo.
EMPATE
No início do segundo tempo, paradoxalmente o jogo ficou mais a caráter ao Avaí, que chegou ao empate logo aos oito minutos, quando Júlio César cruzou e o atacante Santiago Portiño, livre de marcação, converteu.
Depois disso, o esgotamento físico do time catarinense, e perda de qualidade na maioria das trocas de jogadores, favoreceram ao Guarani que, mais inteiro, soube criar e converter as oportunidades.