Ponte Preta conseguiu transformar jogo fácil em difícil
Mesmo desfalcado de Jeh e Pablo Dyego, a Macaca é nitidamente superior ao adversário, mas em futebol isso precisa ser mostrado na prática.
Nem parecia que a equipe pontepretana disputava a primeira etapa do mata-mata, tal o ritmo lento e troca de passes improdutivos
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Por: ARIOVALDO IZAC – –, 18/03/2023
Jogo equilibrado em Ribeirão Preto. Foto:
Campinas, SP, 18 (AFI) – Aí o pontepretano pergunta: como pode um jogo tão fácil e controlado ter encerramento torturante neste empate por 1 a 1 com o Comercial, na tarde deste sábado, em Ribeirão Preto?
Justificativas para isso não faltam, e a primeira a ser alinhavada refere-se a diminuir o Comercial após pobreza técnica que ele mostrou naquele empate por 1 a 1, na fase classificatória deste Paulista da Série A2, quando a Ponte Preta levou a campo um time reserva.
Nem parecia que a equipe pontepretana disputava a primeira etapa do mata-mata, tal o ritmo lento e troca de passes improdutivos durante o primeiro tempo, como a imaginar que venceria o confronto com tranquilidade.
E mesmo naquele ritmo, a Ponte abriu o placar em cruzamento do volante Amaral, pela direita, para finalização do zagueiro Mateus Silva, aos 13 minutos, e a bola na trave comercialina em finalização do meia Matheus Jesus, aos 32 minutos.
Naquela etapa, o desorganizado Comercial só havia ameaçado em chute de longa distância através de Thiago Moura, com bola no poste direito do goleiro Caíque França.
Tivesse a Ponte Preta praticado um futebol mais vertical e faminta para estabelecer um placar seguro, ainda no primeiro tempo, de certo o objetivo seria atingido, apesar do centroavante Jeh ter sido anulado por apenas razoáveis zagueiros adversários, e o atacante Pablo Dyego estivesse dispersivo na partida, longe daquela impetuosidade de outras jornadas.
Mateus Silva marcou gol da Ponte Preta. Foto: Thiago Almeida – AAPP
CADÊ AS MEXIDAS?
Quando o jogo está aparentemente controlado, geralmente treinadores não se aprofundam nos detalhes.
Independentemente da grosseria provocada por Jeh no primeiro minuto do segundo tempo, no lance que determinou a expulsão dele, ao agredir adversário com pontapé, já poderia ter sido substituído no intervalo por Eliel.
O mesmo se aplicaria a Pablo Dyego, e apenas por critério técnico, quando poderia ter dado lugar para Gui Pira.
Está fora de contexto avaliação sobre o pênalti que cometeu, ao interceptar a bola com o braço dentro da área, que originou o gol de empate do Comercial aos 30 minutos do segundo tempo, convertido pelo centroavante Wendel, assim como a falta dura sobre adversário, que resultou no segundo cartão amarelo, e por extensão o vermelho.
Ora, perdendo o jogo, era natural se prever que o Comercial fosse se atirar ao ataque.
Logo, tivesse a Ponte Preta carga nova de ‘oxigênio’, aumentaria a possibilidade de explorar buracos, através de contra-ataques, para penetração sobre a questionável defesa do Comercial.
PERDENDO REBOTES
Além disso, como a Ponte Preta ficou com um homem a menos no início do segundo tempo, e o Comercial avançou as suas linhas, houve sucessão de bolas cruzadas contra a área pontepretana, geralmente rechaçadas.
Todavia, o substituto de Hélio dos Anjos no jogo – seu filho Guilherme – demorou para perceber que o adversário ganhava quase todos os rebotes.
E o meia Élvis – que andava em campo – mostrou-se indignado com a substituição aos 26 minutos – ao ceder lugar para Júnior Tavares, com atribuição de ajudar na marcação.
Os desajustes da Ponte Preta no segundo tempo só não implicaram em derrota porque o centroavante comercialino Wendel perdeu gol feito de cabeça, aos 35 minutos, após cruzamento de Túlio, pela direita.
JEAN CARLOS
Sempre criticado neste espaço pelo colunista e torcedores pontepretanos, há de se reconhecer que o lateral-esquerdo Jean Carlos, que atuou no lugar de Artur, realizou a melhor partida com a camisa da Ponte Preta e, lamentavelmente, o repórter da transmissão do canal da FPF não informou o motivo da substituição do atleta.
CHANCES REAIS
Apesar dos pesares, são reais as chances de a Ponte Preta passar pelo Comercial no jogo de volta, na noite da próxima terça-feira, em Campinas, e assim chegar à etapa semifinal da competição.
Mesmo desfalcado de Jeh e Pablo Dyego, o time pontepretano é nitidamente superior ao adversário, mas em futebol isso precisa ser mostrado na prática.